
Guia para um estilo de vida minimalista
Vivemos num mundo movido pelo consumismo. Recebemos estímulos constantes para adquirir mais e vemos a abundância como um sinal de prosperidade e felicidade. Como podemos caminhar para um estilo de vida minimalista?
RECONHECE O SISTEMA
O sistema económico “TAKE, MAKE, WASTE” ou “estilo de vida descartável” foi essencial para o desenvolvimento social por ter democratizado os bens de consumo mas, atualmente, estes são muito mais um problema do que uma solução, devido à sobreexploração de recursos, incluindo pessoas, e ao desperdício. Enquanto consumidores, vivemos inseridos num sistema desenhado para nos fazer negligenciar os nossos valores, sendo que a nossa perceção de valor é influenciada por marketing, publicidade, moda e tradições.
COMO RESISTIR?
Mede e avalia: cria um quadro com os teus valores morais e éticos, faz exercícios de avaliação de consumo offline e experimenta calculadoras de pegadas hídricas, ecológicas e de escravatura online.
Faz um orçamento familiar: sabe onde gastas dinheiro, estabelece limites saudáveis, vê cada compra como um investimento e trabalha a poupança.
Torna-te minimalista: começa por possuir menos, consumir menos, gastar menos dinheiro, tempo e energia em consumo; passa a investir mais em atividades sociais, culturais ou lúdicas e a passar mais tempo na natureza.
TREINA A PERCEÇÃO DE VALOR
Não te esqueças de que o produto mais sustentável é aquele que já possuis.
Essa é a chave para economizar recursos naturais (água, energia, materiais), minimizar o impacto social negativo e poupar recursos pessoais (dinheiro, tempo, espaço, saúde). Praticar a autossuficiência e a inter-suficiência promove comportamentos ecológicos – fazer as coisas sozinho e/ou com a ajuda da tua comunidade (gerar energia, cultivar uma horta, fazer compostagem, etc.) ajuda a valorizar o tempo, os recursos e o trabalho.
CRIA UM NOVO ESTILO DE VIDA
Vive em campanha pelo consumo ético e intencional, rumo a uma sociedade mais equitativa em que todos consomem proporcionalmente às suas necessidades e não ao seu poder de compra. Deixa de medir o valor pela produtividade ou pelo lucro, e passa a medi-lo pelo impacto. Sê pela liberdade de ser quando se vive na ditadura do ter e do fazer.
POR ONDE COMEÇAR?
Vai devagar e escolhe as tuas batalhas.
Reflete e questiona “qual é a mudança mais impactante que posso fazer com o mínimo de esforço?” para encontrar a melhor maneira de começar (deixo-te uma pista: provavelmente é reduzir o consumo de carne). Encara o “zero” como um arquétipo, não uma obrigação. Normaliza o “quase” – “quase vegan“, “quase zero waste“, “quase plastic free“…
LEMBRA-TE:
O planeta precisa de milhões de ambientalistas imperfeitos.

