
Comer menos carne
No primeiro episódio da nova rubrica e podcast da Antena 3, Ambientalista Imperfeita, era obrigatório começar pela mudança que requer menos esforço e tem maior impacto na pegada ecológica individual: alterar a maneira como comemos. Para celebrar esta estreia lança-se um desafio: deixamos de comer carne à terça-feira?
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Factos e números:
- Para produzir um bife de vaca são precisos 4 mil litros de água (dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO): o cálculo deste valor é complexo, dependendo de diversos fatores, como o local de produção, o sistema de produção, o tipo de animal, o volume de água empregado na produção de consumíveis como fertilizantes e medicamentos, a água usada na produção da ração animal e/ou no pastoreio, o tipo de pastoreio (se existir), passando pelo volume usado na produção para lavagem das instalações e ainda a água utilizada para processar a carne que vai chegar ao consumidor final. A carne é o tipo de alimento que utiliza mais água na sua produção. Por outro lado, segundo a FAO, a produção de alimentos para atender a uma pessoa, a cada dia, requer 3 mil litros de água no total, ou seja, um bife de vaca usa mais água do que a que seria necessária para uma pessoa comer o dia inteiro numa dieta com mais vegetais e menos produtos animais.
- Segundo o Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas (IPCC, órgão da Organização das Nações Unidas), reduzir o consumo de carne é a forma mais eficaz de reduzirmos as emissões de carbono no hemisfério norte ou, por outras palavras, nos países mais ricos. Segundo o relatório de 2019, “Alterações climáticas e utilização do solo”, se deixássemos de comer produtos de origem animal reduziríamos as emissões de dióxido de carbono equivalente em quase 8 gigatoneladas.

- Um português come, em média, dois bifes por dia, num total superior a 117 quilos de carne por ano. Comer tanta carne está a fazer-nos perder 15,4% dos anos de vida saudável que podemos ter e, a sua redução para quantidades mais aconselháveis, pode reduzir a mortalidade prematura em 14%.

Alimentação baseada em plantas
Ambientalistas imperfeitas/os comem menos carne. Para ajudar nesta mudança para uma dieta mais sustentável, Joana Guerra Tadeu convidou a nutricionista Ana Isabel Monteiro, do blog Laranja Lima Nutrição, e Sofia Magalhães, autora do Blog da Spice do livro Da Raíz à Rama, para desmistificar alguns mitos sobre:
- Nutrição vegetariana;
- Proteína de origem vegetal;
- Substituições e adaptações de receitas tradicionais portuguesas;
- Receitas vegetarianas fáceis e saborosas;
- Bebidas vegetais caseiras e compradas;
- Suplementação;
- Combater o desperdício alimentar enquanto cozinhamos;
- Custo de uma alimentação de base vegetal e o “vegetarianismo elitista”;
- Recursos e fontes de informação para uma dieta mais saudável e sustentável.
Recursos para uma dieta mais sustentável
- Veggie Kit e Desafio Veggie da Associação Vegetariana Portuguesa (AVP) – experimenta uma alimentação vegetariana durante 15 dias >
- Receitas vegetarianas AVP >
- Desafio Vegetariano >
- Ebook de receitas Setembro Sem Carne >
- Aplicação Happy Cow para encontrar restaurantes vegetarianos e vegan perto de ti >
- Iniciativa Eat4Change da ANP/WWF >
- Documentário Kiss the Ground (netflix)>
- Documentário Cowspiracy – The Sustainability Secret (netflix) >
- Relatório da The EAT-Lancet Commission on Food, Planet, Health >
- Relatório IPCC Climate Change and Land >
- Comparação da pegada hídrica entre carne industrial e carne de pastagem (watercalculator) >
- Artigo “Quanto custa uma alimentação de base vegetal?” de Catarina Barreiros >
Convite
O Fim da Carne
Neste documentário alemão de 2017, o realizador Marc Pierschel embarca numa jornada para descobrir que efeito um mundo pós-carne teria sobre o meio ambiente, os animais e nós mesmos. No percurso, conhece Esther, a “Wonder Pig”, que se tornou um fenómeno da internet; fala com pioneiros que lideram o movimento vegan na Alemanha; visita a primeira cidade totalmente vegetariana da Índia; testemunhas resgatam animais aprisionados, desfrutando a sua liberdade recém-descoberta; observa os futuros inovadores em alimentos que produzem carnes e queijos sem origem animal e muito mais.
Exibições organizadas em Julho pela Zero em Comportamento:
Biblioteca de Alcântara • 18 Junho 2021 • 19:00 • 4€
Biblioteca de Marvila • 24 Junho 2021 • 19:00 • 4€*
O Cinema da Villa • 25 Junho 2021 • 16:30 • Preçário em vigor no cinema
* sessão seguida de uma conversa com Joana Guerra Tadeu. Saiba mais aqui >
Participa
Envia propostas de temas, convidadas/os e canções para ola@ambientalistaimperfeita.com.

